A Eco-região Marinha da África Oriental abrange uma área que vai desde o sul da Somália até à costa do Kwazulu-Natal, na África do Sul. Esta costa, de cerca de 4.600 Km, alberga uma
crescente população de 22 milhões de habitantes, a maior parte dos quais depende das águas costeiras para o seu sustento, negócio ou lazer. Esta região costeira é chamada de “eco-região”devido à forma como os habitats costeiros e marinhos estão ligados, tanto fisicamente, como ecologicamente.
Os habitats mais importantes existentes na eco-região são as florestas de mangal, tapetes de ervas marinhas, recifes de coral e mar aberto, habitats que albergam mais de
11.000 espécies de plantas e animais. Tipicamente, estes habitats formam um mosaico ao longo da costa, suportando ricas e complexas populações de espécies marinhas que dependem desta diversidade para a sua própria produtividade. As actividades humanas na zona costeira, durante os últimos cinquenta anos, começaram já a alterar e a destruir esta biodiversidade, essencial para a sua própria existência nesta região.
Apesar de persistirem algumas zonas ainda em muito bom
estado, espera-se que a escala dos impactos humanos continue a aumentar. Nas páginas que se seguem (ver documento em anexo "visão"), as características físicas, humanas e biológicas desta região serão descritas, assim com a abordagem eco-regional de conservação do WWF com o objectivo de chamar ainda mais à atenção para a Eco-Região Marinha da África Oriental. Ao se estimular o interesse e
comprometimento dos governos e outros benficiários e utilizadores da zona costeira, ao mesmo tempo que se apoiam iniciativas locais e regionais, espera-se que seja alcançada uma maior conservação da biodiversidade marinha nesta eco-região.
Biodiversidade marinha inclui espécies de animais e plantas costeiras e marinhas, a sua diversidade genética, os abitats e ecossistemas de que fazem parte, e os respectivos processos
ecológicos que suportam tudo isso.
Calcula-se que existam na Terra cerca de 10 milhões de espécies. A maior parte destas espécies é dividida pelos biólogos em três grandes reinos: fungos, plantas e animais. O Reino Animal está dividido em 33 grupos distintos (Filos). Os humanos pertencem ao Filo dos Cordatos, que inclui todos os mamíferos, peixes, anfíbios, répteis e pássaros. Outros Filos comuns no Reino Animal
incluem os artrópodes (insectos e crustáceos: caranguejos, camarões e lagostas) e moluscos (caracóis, lulas, polvos, amêijoas e mexilhões). Existem 11 Filos no ambiente terrestre e 28 Filos no ambiente marinho, dos quais 15 são exclusivamente marinhos (isto é, todas as suas espécies
são marinhas).
Exemplos de Filos exclusivamente marinhos incluem os equinodermes (estrelas do mar e outros relativos), tenóforos (medusas), hemichordados (vermes bolota) e os equiuros (vermes trombeta). Por esta razão o ambiente marinho inclui muito mais diversidade de grupos de animais que o ambiente terrestre, o que não é surpreendente, uma vez que os primeiros seres vivos apareceram no mar algumas centenas de milhões de anos antes de a vida evoluir em terra.
Tanto no mar como na terra, a maior parte das plantas e animais são agrupados em populações ou comunidades característicos de certos tipos de habitas. O costa Oriental Africana, por exemplo, inclui habitats de mangais, ervas marinhas e recifes de coral. Cada um destes requer condições ambientais especiais para o seu desenvolvimento.
No caso do habitat mangal, as condições básicas para a comunidade se desenvolver incluem a protecção contra a acção directa das ondas e o lodo ou areia fina que caracteriza o solo. O conjunto destes habitats forma o
ecossistema marinho. Este ecossistema, os vários habitats, as respectivas comunidades e espécies, constituem a biodiversidade marinha da região Oriental Africana.
Este documento descreve o Quadro Estratégico para Conservação da Biodiversidade 2005 - 2025
Este documento descreve em linhas breves a visão da Ecorerigião Marinha da África Oriental