Em Moçambique, a zona costeira define-se como sendo áreas compreendidas entre o limite interior, terrestre ou continental de todos os distritos costeiros, incluindo os distritos limítrofes do Lago Niassa e albufeira de Cahora Bassa, até 12 milhas mar dentro.
A linha costeira moçambicana, com cerca de 2700 km de comprimento, possui uma elevada diversidade de habitats extremamente sensíveis: dunas, recifes de coral, praias arenosas, praias rochosas, tapetes de ervas marinhas, mangais, baías e sistemas estuarinos e pantanosos. Em poucas áreas, a costa está relativamente intacta. Mas, devido ao seu potencial valor económico, a maior parte é habitada (por cerca de 40% da população deste país), e nela desenvolvem-se as principais actividades económicas e de subsistência.
Os recursos costeiros existentes, são de uma importância primordial, não só para a economia do País em geral, como também para a subsistência de quase metade da população moçambicana. Pode-se afirmar que a costa moçambicana é um recurso natural muito valioso e vulnerável. Esta gere valores sócio-económicos, os recursos costeiros que sob ponto de vista ecológicas traduzem-se em valores ecológico-económicos. A exploração destes recursos, seja sob a forma de turismo, pesca, agricultura ou florestas, necessita, no entanto, de uma gestão integrada de modo a que se garanta a sua sustentabilidade, para uso das gerações vindouras.
Contudo, estes recursos são atribuídos e administrados sectorialmente com pouca coordenação entre as instituições sectoriais. A situação nas zonas costeiras é especialmente complexa devido ao facto que são envolvidos recursos terrestres e marinhos. Devido a falta de coordenação inter-institucional, a falta de capacidade institucional e as vezes a falta de definição clara sobre as responsabilidades e competências das instituições, existe desenvolvimento não controlado na maior parte da zona costeira.
De forma a desenvolver e implementar o plano de gestão integrada da zona costeira, é essencial a existência de uma informação actualizada sobre o estado da costa e dos seus recursos. Isto só pode ser alcançado através da investigação.
É importante por isso, o estabelecimento de um diálogo e colaboração entre os investigadores, planificadores, e gestores da zona costeira para garantir que a investigação levada a cabo contribua para o desenvolvimento de plano integrado de gestão na zona costeira.
Consequentemente, a gestão integrada das zonas costeiras é a chave para o desenvolvimento sustentável de Moçambique. Dadas as suas características ecológicas, económicas e sociais, a zona costeira é particularmente sensível, sendo a sua administração e implementação de actividades de desenvolvimento áreas especialmente chave e cruciais.
Neste âmbito, o Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS-ZC) do MICOA tem levado a cabo a realização de actividades de formação nas quais inclui um curso em Gestão Costeira.