Em Moçambique as Zonas Costeiras define-se como sendo área compreendida entre o limite interior, terrestre ou continental de todos distritos costeiros, incluindo os distritos costeiros do lago Niassa e albufeira de Cahora Bassa, até 12 milhas mar dentro.
A pressão antropogénica sobre os recursos naturais costeiros e marinhos está aumentando progressivamente devido ao desenvolvimento desordenado e por outro lado o crescimento demográfico. Consequentemente a zona costeira é tida como sobreposição de interesses, que gera problemas que afectam directamente o estado dos recursos e ambiente em geral.
De entre vários problemas que afectam a zona costeira, destacam-se:
A destruição de mangais e da floresta costeira dunar, devido a exploração insustentável de produtos florestais para a obtenção de combustível lenhoso e material de construção;
A degradação dos recifes de corais, devido à práticas pesqueiras e turísticas destrutivas; a erosão das dunas devido ao desmatamento, queimadas e desenvolvimento costeiro inapropriado;
O esgotamento de recursos pesqueiros devido a sobre exploração; poluição biológica e química das águas costeiras, provocados pelos esgotos não tratados, indústria, portos, etc;
Captura acidental e intencional de espécies vulneráveis ou em perigo de extinção, como tartarugas marinhas, dugongos, devido a actividade pesqueira, etc.
É essencial, que se procure elevar a consciência ambiental e conhecimentos de gestão na sociedade através do incremento da comunicação, diálogo e campanhas de consciencialização com vista a se obterem resultados positivos.
É de consenso que a educação ambiental deve estar presente em todos os espaços que educam o cidadão e a cidadã. Assim, a escola destaca-se como um dos espaços fundamentais à prática da educação ambiental, onde as disciplinas procuram interligar o assunto com as relações humanas sem abandonar suas especificidades.
A inclusão do meio ambiente costeiro e marinho de Moçambique nos Parâmetros Curriculares Nacionais, através da criação de Temas Transversais, propicia a reflexão e discussão sobre os desafios enfrentados pelos profissionais da área da educação formal para o processo de inclusão da dimensão ambiental nos currículos escolares, bem como em suas práticas quotidianas.
Neste âmbito foi elaborado o manual do Ambiente Costeiro e Marinho de Moçambique para consciencialização dos alunos das escolas primárias e secundárias. Constituem principais objectivos deste manual:
Familiarizar os alunos e professores com os principais habitats marinhos e costeiros;
Elevar a consciência dos alunos e dos professores sobre os problemas ambientais da zona costeira do país;
Incutir nos alunos e professores a responsabilidade de participar na resolução ou mitigação desses problemas;
Contribuir para mudança de atitude por parte da sociedade em geral (crianças, pais, encarregados de educação, etc.) em relação a utilização de recursos marinhos e costeiros.
De uma forma geral o manual tem como objectivo fornecer elementos básicos sobre o ambiente marinho e costeiro, sua importância, caracterização, problemas e propostas das medidas de solução.
Os temas do manual, abordam questões ambientais e direccionam para a necessidade da busca de novos valores e atitudes no relacionamento com o meio em que vivemos.
Neste contexto, para melhor familiarizar os professores com o ambiente costeiro e marinho e ajudá-los na disseminação dos conteúdos do manual surge a necessidade de produzir os planos de lição para indicar direcções e filosofias ambientalistas que orientem os educadores nos assuntos chaves.
Os planos de lição incluem os nove temas que constituem o corpo do manual, nomeadamente:
1. As dunas costeiras
2. Praias
3. Mangais
4. Ervas marinhas
5. Corais
6. Tartarugas marinhas
7. Dugongos
8. Golfinhos
9. Baleias